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Thainá Durães – Psicóloga para Mulheres

A Carga Oculta das Mães: Como “Pensar em Tudo” Sobrecarrega as Mulheres e Como Aliviar Esse Peso.

Como psicóloga e escritora, observo constantemente as mulheres que chegam ao consultório exaustas não apenas pelas tarefas visíveis que realizam, mas também pelo peso mental e emocional que carregam. Elas são responsáveis por “pensar em tudo”, e essa carga oculta pode ser devastadora, impactando a saúde mental, as relações e até mesmo a vida profissional.

Vamos refletir sobre o que está por trás dessa sobrecarga e como podemos começar a aliviar esse fardo invisível.

A Carga Invisível: Trabalho Cognitivo e Emocional

Quando falamos de carga mental, estamos nos referindo a um tipo de trabalho que muitas vezes não é reconhecido ou valorizado. Como Allison Daminger, pesquisadora de Harvard, aponta em suas pesquisas, esse trabalho oculto pode ser dividido em três categorias principais: o trabalho cognitivo, o trabalho emocional e a carga mental propriamente dita, que une os dois anteriores.

O trabalho cognitivo envolve a organização e o planejamento prático das tarefas diárias: quem vai fazer as compras, qual atividade precisa ser programada para os filhos, quando agendar compromissos médicos.

O trabalho emocional, por outro lado, é aquele que envolve o gerenciamento dos sentimentos da família: acalmar uma criança que está frustrada, cuidar do bem-estar emocional de todos e lidar com preocupações contínuas, como o desempenho escolar dos filhos.

A carga mental, então, é a interseção desses dois tipos de trabalho, e ela é tão invisível quanto exaustiva, porque está constantemente presente, mesmo quando as mulheres estão desempenhando outras funções ou tentando relaxar.

No estudo de Daminger (2019), fica claro que as mulheres acabam assumindo mais da responsabilidade de antecipar, planejar e monitorar as necessidades familiares, enquanto os homens muitas vezes participam apenas das decisões finais.

Em outras palavras, as mães estão fazendo a maior parte do trabalho “nos bastidores”, o que inclui se preocupar com as tarefas, mesmo quando não estão fisicamente realizando nenhuma delas.

A Sobrecarga Emocional e seus Impactos

A carga emocional e mental constante tem impactos profundos na vida das mulheres.

Elas são, de maneira geral, mais propensas a se preocupar com os cuidados com os filhos, mesmo quando não estão diretamente envolvidas nessas atividades.

Essa preocupação incessante cria uma espécie de “fatia mental” que ocupa espaço cognitivo e impede que elas se concentrem plenamente em outras áreas de suas vidas, como o trabalho ou o lazer.

A professora Leah Ruppanner, da Universidade de Melbourne, descreve a carga mental como o “fio” que liga a vida familiar à vida profissional. Esse fio invisível é responsável por uma preocupação constante sobre se estamos fazendo o suficiente e se o futuro de nossos filhos será impactado por cada decisão cotidiana.

Essa preocupação, que pode parecer inofensiva, gera um estresse de baixo nível, mas contínuo, que vai corroendo a energia mental ao longo do tempo.

Por que Isso Acontece?

Muitas mulheres relatam que essa divisão desigual de responsabilidades cognitivas e emocionais não gera muitos conflitos no dia a dia.

Como mostrou Daminger em outro estudo, casais muitas vezes justificam essa divisão com base em fatores como a quantidade de horas trabalhadas ou as habilidades organizacionais das mulheres.

A verdade, porém, é que essa disparidade é resultado de expectativas de gênero profundamente arraigadas.

Não é que as mulheres sejam naturalmente melhores em multitarefas ou em planejar, mas, culturalmente, espera-se que assumam essas responsabilidades, e com o tempo, elas acabam aprimorando essas habilidades por necessidade.

Além disso, muitos homens têm uma estrutura de trabalho mais rígida, o que os distancia dessas responsabilidades, enquanto as mulheres muitas vezes ajustam suas carreiras para acomodar as demandas da vida familiar, tornando-se mais disponíveis para lidar com os filhos e a casa.

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Os Efeitos Dessa Sobrecarga

A sobrecarga emocional e cognitiva tem efeitos negativos profundos.

Pesquisas mostram que as mães se sentem mais estressadas, cansadas e infelizes em comparação com os pais, que, muitas vezes, participam das atividades mais prazerosas com os filhos, como brincar ou passear.

Daniel Carlson, sociólogo da Universidade de Utah, destaca que essa distribuição desigual de responsabilidades pode até mesmo impactar a intimidade dos casais, resultando em menos satisfação no relacionamento.

Além disso, as mulheres que carregam essa sobrecarga têm menos disponibilidade física e emocional para se dedicar ao trabalho profissional, o que perpetua a disparidade salarial e limita suas oportunidades de ascensão na carreira.

Isso cria um ciclo de sobrecarga e frustração que afeta diretamente o bem-estar das mulheres.

Estratégias da Psicologia e de Gestão para Lidar com a Sobrecarga

Lidar com a sobrecarga emocional exige tanto abordagens psicológicas quanto estratégias de gestão da vida diária.

  • Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): A TCC, desenvolvida por Aaron Beck, é uma das abordagens mais eficazes para ajudar as mulheres a desafiar crenças disfuncionais, como a ideia de que “preciso dar conta de tudo sozinha”. A terapia ajuda as mulheres a identificar padrões de pensamento negativos e a substituí-los por pensamentos mais realistas e saudáveis.
  • Mindfulness: A prática de mindfulness, descrita por Kabat-Zinn (2013), oferece uma abordagem eficaz para reduzir o estresse, ensinando as mulheres a viverem no presente e a se desconectarem do piloto automático. Estudos mostram que a prática regular de mindfulness pode reduzir significativamente a ansiedade e a exaustão emocional.
  • Gestão do Tempo e Delegação de Tarefas: No campo da gestão, técnicas de priorização, como o método Eisenhower, que classifica tarefas em urgentes e importantes, são ferramentas úteis para que as mulheres organizem melhor suas responsabilidades e deleguem tarefas sempre que possível. Isso alivia a sensação de sobrecarga.
  • Suporte Social: A criação de uma rede de apoio, seja por meio da família, amigos ou colegas, é fundamental. Estudos mostram que mulheres com redes sociais fortes têm menor risco de desenvolver condições relacionadas ao estresse.

A sobrecarga emocional das mulheres modernas é um problema sistêmico, enraizado em expectativas sociais e culturais que exigem múltiplos papéis e resultados. O reconhecimento desses sintomas e a adoção de estratégias de enfrentamento são essenciais para evitar consequências graves à saúde mental e física. O caminho para uma vida mais equilibrada passa pelo autocuidado, pela divisão justa de responsabilidades e pelo reconhecimento de que pedir ajuda não é um sinal de fraqueza, mas de sabedoria.

Pedir ajuda é um ato de coragem!

Se você é ou conhece alguma mulher que esteja passando por todos os sintomas da sobrecarga, então talvez a melhor solução seja encontrar ajuda especializada!

Eu me chamo Thainá Durães e sou psicóloga clínica especialista no tratamento de mulheres sobrecarregadas e exaustas. Em meus atendimentos costumo utilizar a terapia cognitivo comportamental (TCC) e a chamada terapia do esquema para conseguir ajudar mulheres a se encontrar dentro das suas rotinas e assim, viver uma vida mais leve e feliz.

Caso isso te interesse, basta enviar mensagem no número (91) 99241-2604 que estarei contente em te receber nos meus atendimentos.

Thainá Durães

Thainá Durães

Thainá Durães é Psicóloga Clínica e organizacional com especialização em gestão de projetos e pessoas (FGV) e terapia cognitivo Comportamental (PUC-RS). Também tem formação em inteligência emocional (Search Inside Yourself), Mestranda em Comunicação, Linguagem e Cultura e Instrutora de Mindfulness (UNIFESP).

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